sábado, 22 de novembro de 2008

Inspiração


Então, aparece do nada. Seguindo o fluxo das notas que passam por meus tímpanos. Uma sensação, o lampejo de uma idéia. Vejo algo se mover ao meu lado. A cortina oscila com o vento. Algo passa na televisão, não sei o que é. Pouco importa. Sinto como se tudo convergisse para um único ponto: o exato local onde estou. Tudo ao meu redor trabalha apenas em função daquilo que transita pela minha mente. Ajudando, estimulando, exigindo que eu manifeste isto de alguma forma. É um pedido de tamanha força que chega a ser incontrolável. Sinto-me como uma pessoa sentada na praia diante de um maremoto. Impotente. Incapaz de evitar ser levado. Aquilo que idealizei tem vontade. E sua vontade ordena que eu sirva de intermédio para que ela se expresse.

No fim das contas, nada sou além de um mensageiro.

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