Um indivíduo chamado Gordon Moore publicou um artigo em 1965, que fundamentou o que viria a ser chamada de Lei de Moore. Esta lei diz que a cada 18 meses a potência dos chips dobra, enquanto seu preço permanece inalterado. Em 1968, Moore e um outro indivíduo chamado Bob Noyce criaram uma empresa chamada Intel.
Até hoje a Lei de Moore continua válida. E a precisão que ela atinge é decerto impressionante. É possível comprar-se um Desktop ou Notebook de razoável potência em qualquer loja de eletrodomésticos e/ou eletro-eletrônicos hoje em dia, por um preço relativamente acessível. O intrigante é que se você adquirir um destes produtos em janeiro, e no mesmo mês do ano seguinte for na mesma loja onde comprou o seu computador, verá que eles estarão oferecendo uma máquina com duas ou três vezes mais potência por um preço semelhante.
Quando os computadores pessoais começaram a se popularizar no ambiente familiar(por volta dos anos 90), saindo dos escritórios e empresas, e tornando-se centros de entretenimento graças ao advento da internet, que permitia a troca de mensagens instantânea e o download de vídeos, músicas e jogos (embora tudo isto estivesse apenas começando), as máquinas eram caras e costumavam ser mantidas por anos a fio pelos donos, dado que realizar um up-grade significativo nos recursos destas custava mais que as próprias . Mas, graças a Lei de Moore, a potência dos componentes eletrônicos aumentou exponencialmente, e desde o início do século XXI estamos encarando uma nova situação.
Agora, as máquinas tornam-se obsoletas em no máximo alguns meses. Há 10 anos, era difícil imaginar que um usuário popular poderia adquirir um HD externo para seu pc com 1 Terabyte de capacidade. Sendo realista, a velocidade da troca de informações nas redes há 10 anos tornava o espaço de tal produto excessivo para as necessidades do usuário.
Tudo isso mostra que estamos, agora, após o computador ter se tornado popular no ambiente doméstico, servindo como ferramenta útil de lazer, e não apenas de trabalho, presenciando o início de um processo de banalização tecnológica, onde a evolução pode ultrapassar a necessidade da maioria dos usuários.
Como exemplo prático, basta apenas imaginar que se você possui uma maçã, e dobra sua quantidade, você fica com duas. Mas se você seguir essa regra de dobrar as maçãs, gerando então o chamado aumento exponencial, você teria quatro, oito, dezesseis, trinta e duas, e assim por diante. A questão, em termos de tecnologia, é visualizar quando esse aumento vai se tornar desimportante para o consumidor. Para o usuário comum, o tipo de usuário majoritário na população, que deseja apenas checar e-mails, ver fotos, assistir vídeos e, eventualmente, jogar, o já referido e acessível espaço de 1 Terabyte é muito mais do que o suficiente. Daqui a dez ou vinte anos vamos estar lidando com uma escala de tamanho, em termos de armazenamento, muito maior. E quando esta escala, já imensa, aumentar, ela vai dobrar seu poderio, já seguindo a citada Lei de Moore.
Em suma, se você pensar que o valor das máquinas a princípio era caro demais para o uso doméstico,logo, elas estavam limitadas ao ambiente empresarial, servindo como ferramentas de trabalho, o ponto de equilíbrio foi encontrado quando o preço destas tornou-se acessível e sua potência razoável para o consumidor genérico. Foi aí que o computador tornou-se popular como meio de lazer.
Agora, temos um ponto onde o preço permanece estático, mas a potência continua crescendo, fazendo com que mais uma vez a pesquisa para desenvolver novos recursos nessa área se distancie do usuário comum, e volte ao ambiente empresarial, que necessita destes recursos.
2 comentários:
Talvez, pela essência do capitalismo, em geral, as empresas não considerem o consumidor como prioridade, e sim a ultrapassagem da tecnologia e oferta do adversário (concorrente). O consumidor importaria apenas ao ponto de sustentar essa superioridade no mercado.
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