sexta-feira, 20 de novembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Mais das flores
- Uma flor?
- Colhi pra você.
- Mas por quê?
- Como por quê?
- Ela agora perecerá rapidamente até a morte.
- Mas você não gostou?
- Acho que, se você quisesse me agradar, poderia ter me dado outra coisa.
- Desculpa.
- Tudo bem.
- Tipo chocolate?
- Desculpa tipo chocolate?
- Não -- quis dizer, chocolate teria sido bom?
- Se chocolate teria sido bom...Talvez. É, até que sim.
- Mas, se não isso, o quê então?
- Podia ter me dado um beijo, que é manifestação de vida.
- Ah. Mas, assim, então... Podia ter pulado pro sexo. É "tão" vida que até "faz" mais vida, né.
- Não, obrigada. E eu fico com a flor.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Do futuro da tentativa de recriar o homem
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Exoesqueleto
sábado, 26 de setembro de 2009
Cotidiano [2]
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Conversa com deus [5]
- Oi, Deus.
- Não vi você chegando, MEU filho.
- Não vejo grau de parentesco.
- Eu sou possessivo.
- Achei que tinha megalomania.
- Eu sou o homem mais possessivo do mundo!
- Homem?
- Deus. Mas é que não faria sentido falar no deus mais possessivo de todos.
- Nem Alá?
- Ele dá 72 virgens.
sábado, 29 de agosto de 2009
Quote-dian
É verdade, esta está longe de ser uma história emocionante. Está mais para uma aventura do real. Também não é uma história longa: o tempo passa rápido demais para aqueles que dormem profundamente um sono leve e perturbado. E, ainda por cima, curto. Ele acorda primeiro. Mente vazia. Essa é a melhor maneira de se pegar os sonhos.
Os sonhos começam grandes e complexos, cheios de detalhes, e, à medida que o tempo de sono vai passando e a hora de acordar, se aproximando, ele vai se afunilando, até que, no instante que representa o transe entre viver um mundo e outro, que começa quando certas partes do cérebro diminuem o ritmo de trabalho e termina quando os olhos estão definitivamente abertos, o sonho é representado por apenas um curto fio. Ele segue seu rumo até passar por debaixo da porta que leva para além da consciência, definitivamente trancada com todas as chaves. Os sonhos fogem quando já se sai diretamente do transe a pensar: “está tarde!”, “está cedo!”, ou “preciso lembrar o que sonhei!”.
E, de fato, mantinha a mente vazia, sendo daí capaz de puxar o fio, que ia ficando mais largo, e trazia consigo o sonho, todo fragmentado em pedaços pequenos, imagens congeladas, a pedaços grandes, cenas inteiras, às vezes desfocadas. Poderia costurá-lo novamente, se quisesse. Reviu parte das imagens que perambularam por sua mente nas últimas horas. Cenas que pareciam verdadeiras demais até para a realidade de um dia útil.
Não querendo continuar a rever os caminhos percorridos no sonho, começou a pensar em outras coisas, abriu os olhos, e, com isso, escapou-lhe à mão a corda; dessa forma, o sonho retornou a seu rumo para além da porta inacessível, num movimento tão inevitável como o de um balão de hélio sobe quando a criança se lhe desprende sem querer.
Olhou para os lados com as pálpebras semi-cerradas. Parecia ter sido o primeiro a acordar. Tanto fazia. O sol ainda tímido batia nas cortinas e pedia passagem. Por que tudo aquilo? Tudo isso à noite. Todos esses pensamentos. Todos esses sonhos. Quis crer que a vida era mais simples que o que parecia. Sem qualquer cerimônia, jogou de lado o lençol e, a vestir nada, foi escorregando até o banheiro escovar os dentes. Um novo dia qualquer começava. E como estava quente!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Feliz dia mundial da fotografia!
- Os buracos negros o fazem há muito mais de 170 anos e duvido que tenha um dia mundial para eles.
- Mas os buracos negros só foram descobertos bem depois da captura da luz. Logo, viva o nitrato de prata!
- A descoberta, feita a posteriori, não muda o fato apriorístico. A teoria da evolução, como a conhecemos, teve seu esqueleto traçado no século XIX, o que não quer dizer que não tenha havido evolução até lá. E as pessoas estão comemorando os 200 anos.
- A fotografia captura mas já devolve a luz. Já o buraco...
- Mas quem sabe os propósitos? Vai que eles têm as melhores fotos. Ninguém que foi lá já voltou para as exposições de fotografia que temos aqui.
- Enfim, feliz dia da fotografia!
- Com ou sem flash?
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Conversa com deus[4]
- Não viu o sinal de “não entre”?
- Como você sabia que era eu? Ah, já sei, “eu sou deus...”.
- Eu ia te mostrar aquela câmera, mas essa versão também serve. Por que entrou?
- Achei que era que nem a bíblia, “não entrareis”, tal, mas aqui o céu é lotado.
- Isso porque não fui eu que escrevi.
- Então é que nem em porta de hospital público. Lá diz “não entre”. É onde eles jogam o poker das 22 horas.
- Sei.
- Por que você não eliminou os profissionais de saúde? Isto é, eles não vão contra seu Plano? Tentando prolongar a vida de quem deve morrer ou matando logo quem podia viver.
- Não acha que já pensei nisso? Pesei as coisas. Vocês morrendo mais rápido só iriam encher as filas aqui no céu. Não acha que a bagunça já está grande demais? Pedro faz jornada tripla. O homem é um santo.
- Você o fez assim.
- De propósito, é claro, haha.
- Você pode fazer um alçapão direto para o inferno.
- Hm.
- Deixe que nós mesmos, isto é, os homens, façamos a burocracia no pós-vida. Fazemos isso na Terra há anos.
- E só deu em merda até agora.
- Isso é irrelevante.
- Mas, afinal de contas, o que vocês ganham com isso?
- Ganhar? Nada. É o inferno. Punição e sofrimento eternos. Lembra? Você que disse.
- E você, o que ganha com isso tudo?
- Eu? Nada. Só quero te poupar trabalho e estresse, deus.
- Diga. Quem você quer que eu te apresente?
- Que tal aquela loirinha?
- Perto do portão?
- É, com os cabelos ao vento.
- Aquele é o Hadriel.
Sentir, essência do sentido
faculta devotar-se
- à capacidade de sentir
e apreciar as sensações.
No inexorável passar do tempo,
a memória aquece o sentido longíquo.
Não é impossível poder
sentir latente controle da realidade
apreensível.
No vórtex de impressões
- que traga a estados contemplativos -
Cabe destruir os meios e sentir,
ou recriá-los para o mesmo fim,
seja no particular
ou no todo.
Expressar é provocar a uma resposta,
que será entendida como estímulo.
Forma um ciclo:
começa e termina na auto-ampliação do sentir
- parece ser essa a ilógica do sentido, causa-em-si.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
The frog conundrum
- Vou te contar uma história, ok?
- Ok.
- Bem, havia um laguinho, onde passava um homem. O homem resolveu atirar uma pedra no laguinho, e atirou. Um sapinho que por ali passava viu um ponto preto voando no ar, esticou sua linguinha e engoliu a pedrinha pensando que era uma mosquinha. Sem saber disto, o sapinho sentiu-se satisfeito.
- Hm...
- Existem muitas maneiras de se analisar essa história. Uma primeira pergunta seria: o sapinho estava errado em sentir-se satisfeito?
- Claro que sim.
- O motivo da pergunta é... Como?
- A pedrinha que ele pensava que era uma mosca era uma mosca só para ele, e não uma mosca real que faz parte de uma verdade universal e absoluta, a qual todos devem aceitar. Que nem o pastor disse lá no culto.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Covinhas
- No aniversário de Carlos?
- É. Você estava sentado e ele te chamou para te apresentar a mim, e, quando você virou a cabeça para cima, sei lá, teu cabelo “coisou” bem rápido.
- Então você gostou disso?
- Acho que sim.
- É algum tipo de charme. Vou acrescentar à lista.
- Não seja convencido.
- Calma, linda. Foi você quem falou.
- Linda, é? Continue.
- Foi assim que eu te ganhei?
- E desde quando você acha que me ganhou?
- Desde ontem à noite.
- Não conta. Eu tinha bebido.
- Bebeu porque quis.
- Se lembro direito, você me pagou seis doses e outras coisas.
- Mas foi porque você me ganhou.
- Nem tínhamos conversado direito.
- É que tem essa cova.
- Como?
- Você. Essa cova. Aí. É, aí, no cantinho da boca. Dos dois lados.
- Que tem?
- É muito charmoso.
- Você acha?
- Demais. É bonito e charmoso.
- Hmm.
- Instigante.
- Mesmo?
- Claro. Aceita um drink?
- Por favor.
- Aqui. Bom... Você, por acaso... Não teria mais nenhuma, né?
- Nenhuma o quê?
- Cova.
- Fale no diminutivo. Soa menos mal.
- Covinha?
- É.
- Que seja. Você não teria nenhuma, né?
- Fora essa?
- Sim.
- Talvez.
- Posso ver? Antes, quer aceita outra dose?
- Quero sim. E eu não falei que tenho. Só que talvez tenha.
- Onde?
- A covinha?
- A cova. Onde fica?
- Outra dose e eu mostro.
- Onde? Nas costas?
- No banheiro.
domingo, 2 de agosto de 2009
Sétimo dia
Mentiu quem disse que o sábado era o sétimo dia e foi tolo quem acreditou. Alguém precisava, afinal, justificar o fato de um primeiro dia se chamar “segunda”. Ou podem ser culpadas por isso as trevas de um espírito preso. O domingo costuma ser um dia essencialmente contemplativo. Esse dia fatídico, que não parece se diferir de outro qualquer além do fato de preceder um dia de trabalho e não ser, a priori, um dia para labutar, está cercado de certa mística impossível de desvendar. Nesse dia, os espíritos livres, as almas de papel e os cérebros de esponja estão perturbados ou constrangidos por força indescritível. E isso vem de muito longe. No sétimo dia, um domingo não diferente do de hoje, deus, depois de desistir de uma pedra grande demais, sentou sobre um banco em frente ao mar. Abriu os olhos e contemplou o mundo, a absorvê-lo na mais magnânima e sinestésica apreciação estética. E então chorou: havia criado um mundo que unia, sem paradoxos, uma contradição: beleza e dor. E o que fizera não tinha mais como desfazer.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Pontos de vista
domingo, 19 de julho de 2009
Exame
- Sim, eu sei. Me preparo para este concurso há 15 anos.
- Ótimo. Então, primeira pergunta: você é doido?
- Não.
- Louco?
- Não.
- Insano?
- Não.
- E excêntrico?
- Já me chamaram assim. Mas não.
- Você toma remédio controlado?
- Não. Mais. Não mais.
- Por que suspendeu?
- Enchi.
- Hm. Ok, então, última pergunta: você já consumiu ou consome drogas?
- Sim.
- Vamos tentar de novo: você já consumiu ou consome drogas?
- Sim.
- Drogas ilícitas.
- Sim, já disse.
- Bom...
- Você devia me passar.
- Como?
- Usei outra estratégia.
- Qual?
- Sinceridade. Você devia me passar.
- Por quê?
- Porque isso é uma qualidade em falta no serviço público.
- É verdade. Você não está drogado agora, está?
- Talvez.
- Tá, vou fingir que não ouvi isso...
- Eu estou.
- ... Seja bem vindo ao serviço público!
sábado, 11 de julho de 2009
Papos contemporâneos
Diz: desculpa, tava escrevendo uma resposta na janela da minha filha.
Diz: como assim? a Júlia?
Diz: a única que nasceu até agora.
Diz: mas ela não tem 3 anos?
Diz: é, e eu já tinha pedido pra ela me ensinar a operar esses mecanismos via internet há mais tempo.
Diz: "i see babies cry, i watch them grow..."
Diz: "... they'll learn much more then i'll ever know"
Diz: ao menos a música não muda.
Diz: era um remix.
Diz: entendo.
Diz: olha, recebi uma mensagem da minha filha.
Diz: a Júlia também manda sms?
Diz: não, a Camila. ela já queria avisar que só nasce se o hospital tiver wifi.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Novo papa diz: "Igreja encontrou seu caminho"
Fonte: Arial 11.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
O embate entre direito interno e internacional
A situação está estabelecida: ambos, o homem e a mulher, desejam subir. Podem subir juntos ou separados - a ele, não agrada ter que a esperar; a ela, não agrada ir depois dele. Ambos querem operar o elevador, que é o Estado. O homem dentro do elevador é o governo de um Estado, e a senhora representa um outro. O direito internacional é aquele que agiu na cabeça do senhor e o fez ter certo nível de complascência. O direito interno é aquele que o dá a possibilidade de agir da maneira que julgar melhor, apesar de todas as possíveis conseqüências. O direito internacional está expresso no sensor do elevador, que capta a necessidade de ambos, mas privilegia a coordenação da ação dos dois - afinal, o elevador já vai subir mesmo, por que não levar logo a ambos? O direito interno está expresso na vontade realizada do senhor: ele aperta o botão de fechar as portas.
A justiça continua cega. No embate entre as duas esferas, sempre alguém sairá perdendo. Neste caso, a mão.
domingo, 5 de julho de 2009
Pós-contemporaneidade
- O que quer dizer?
- Na época dos meus avós, era comum conhecer a maioria das pessoas que moravam nas vizinhanças, fosse um bairro ou vilarejo.
- É verdade.
- Meus pais, já um pouco avançados em idade, falam, saudosos, que conheciam todos os vizinhos com cachorro.
- Pelo fato de que saíam à rua pra passear, e encontravam e davam-se bom dia, né?
- No caso do meu pai, sim. Minha mãe não tinha cachorro, mas tinha o sono leve. Cada noite ela lembrava de todos os vizinhos que tinham cachorro.
- Meus pais criavam peixe.
- Ao menos conheciam o cara da venda que fornecia a ração.
- De fato.
- Ninguém hoje costuma lembrar que tem vizinho. Só quando ele dá festa, e só para ficar amargurado ou reclamar do barulho.
- É, as coisas mudam...
- O que quer dizer?
- Antigamente, quando nossos avós eram jovens, era romântico e bonito dizer “eu te amo”.
- Com a revolução sexual, isso passou a ser “eu te desejo”, e, depois das militâncias feministas, “eu te respeito”.
- O que você acha de hoje?
- Me incomodo com tanto pragmatismo.
- Eu também. Minha filha decidiu morar com o namorado quando ele falou: “tudo bem, eu posso comprar o pão hoje, já que você vai trabalhar até mais tarde”.
domingo, 28 de junho de 2009
A Pátria
Tal visão não pode ser preservada para o futuro; essas cabeças logo se tornarão mais grisalhas ainda e desaparecerão. É uma pena. Nada poderia falar tão claramente sobre nossa época às futuras gerações quanto essas jovens cabeças grisalhas, das quais se roubou a despreocupação da juventude.
Que pelo menos tenham um memorial nesta notinha.
Ivo Andric"
Cruel e impiedosa, sem dúvidas. Apesar da bandeira que carregavam nos ombros, havia um sentimento que crescia gradativamente exigindo o fim da luta, sem importar-se com vitória alguma.
Partamos de Sarajevo, onde Andric começou o texto. Vamos mais para o noroeste. Lá, durante a primeira guerra mundial, em uma certa aldeia francesa perto da fronteira com a Alemanha, estava no auge um dos vários conflitos. Este possuía as seguintes características: avançar pela planície era suicídio, dada a defesa extraordinária de ambos os lados; tanto franceses quanto alemães cavavam com instrumentos primitivos, inclusive as próprias mãos, túneis incrivelmente longos para que, com um pouco de sorte, acabassem embaixo dos inimigos, onde plantariam bombas; e, principalmente, como os túneis eram os únicos meios de atingir seus adversários, todos sabiam que o conflito nunca acabaria. Mas, como sempre, a bandeira urge e o soldado obedece. Ou será que não?
Após dois ou três anos de conflito, a maioria dos combatentes já havia entendido o significado vazio da batalha. Em algumas partes dos túneis podia-se ouvir o que os inimigos discutiam e, o que a princípio era usado para espionar o adversário, passou a ser utilizado para avisar aos combatentes do lado oposto o horário e o local exatos da explosão das bombas. Sempre que possível, soldados de ambas as nações saíam das trincheiras para conversar um pouco e até jogar baralho. Aos poucos o conflito foi adquirindo um ar pacífico e um fim declarado pelos próprios soldados, sem consulta aos superiores. É interessante constar que os alemães contavam com um camarada combatente chamado Adolf Hitler. Este não concordou com as atitudes filantrópicas dos soldados, chamando-os de traidores, mas até ele achou que tal batalha não possuía vantagens ou sentidos.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Lula diz que projeto Azeredo é censura na Internet
Texto completo e fonte: http://fisl.softwarelivre.org/10/www/06/26/lula-diz-que-projeto-azeredo-e-censura-na-internet
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Pequenas transgressões
(imagem de Mateus Massa: http://www.flickr.com/photos/mateusmassa/)
domingo, 31 de maio de 2009
Aniversário
- Vai, ela é mulher também, me dá uma ajuda.
- Você gosta dela?
- Sim, somos amigos há muito tempo. Isso que é o problema: já dei todo tipo de presente pra ela, e não sei mais o que dar nesse ano.
- Flores?
- Já foi.
- Chocolate?
- Já.
- Roupa?
- Muitas.
- Coisas pra cama? Enfeites? Pelúcia? CD? Dvd? Livro? Cartão?
- Todos. Até cartão. E ela odiou. Foi, aliás, ano passado. Por isso que tem que ser algo bom nesse ano.
- Com homem é tão mais fácil.
- Como assim? É mais fácil dar presente?
- Não, falei de sexo. Nunca viu? Não sabe o que dar pra um homem, dá uma noite especial.
- É, já tinha acontecido, mas eu nem notei. Tou acostumado a não ganhar nada. Meu aniversário sempre passa em branco.
- Comigo também. Só os amigos mais íntimos sabem.
- Eu não sei o seu.
- É...
- Mas você também não sabe o meu.
- Então estamos quites.
- Quer trocar as datas e subir um degrau na amizade?
- Pode ser. Vou ganhar presente com isso?
- Depende. Sexo conta?
- Conta.
- Bom. Então, o meu é 6 de março. Quando é o seu?
- Toda sexta à noite. Comemoro lá em casa com uma garrafa de vinho.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Liberdades
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Orgia filmada por padre resulta em cooperação bilateral
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Interferência
Dia 1
Pandemia de gripe suína mata 100 no mundo todo
Dia 2
Gripe suína faz 10 vítimas
Dia 3
O Brasil está preparado para a gripe suína, que mata mais 5.
Dia 4
Não há necessidade para temer a gripe suína.
Dia 5
Gripe A diminui no mundo. Pacientes têm alta.
Dia 6
Comprovado que a gripe A não se relaciona com carne de porco.
Dia 7
Cresce venda de carne suína.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Relato cotidiano
- É aqui que tem vacina pra raiva?
- É sim.
- Tá aqui minha carteira de vacinação. Pode me dar umas três logo de uma vez aí.
- Mas, senhor, aqui só vacinamos animais!
Boatos das fontes mais confiáveis confirmam que o homem, incomumente peludo, ostentando espessa barba, levantou-se, e, desferindo contra a mesa um único golpe, partiu-a em dois. Em seguida, teria pulado sobre o funcionário que o atendia e quebrado todos os seus membros. Diminuiu o ritmo quando um enfermeiro aplicou-lhe uma injeção. Só parou de vez na sexta.
Com a boca espumando, prostrou-se, a se contorcer, chamando a gritos pelo nome “Lola”. Como não sabendo o que fazer, os presentes à cena encaminharam-no a um canil, onde fez questão de terminar seus dias.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Seção "Sempre turista"
Não são fotos melhores que as outras. Nem necessariamente - ou provavelmente não - mais bonitas. Vai ver é certo que também não escrevemos melhor que os outros. Mas a inquietude de sempre ser turista leva a registrar. E talvez isso seja o suficiente para tornar distinto.
Registros fotográficos que vão além das cores e pixels certamente serão acompanhados de pequenos comentários sobre o que se pretende mostrar. De certa forma, a idéia já fora inaugurada no texto Contramão (clique aqui). Mas, como esse deveria ser o post inaugural, uma vez que é o que explicita e explica, vai uma primeira imagem.
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Foto tirada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, hoje, há não muitos instantes. Criança arma rede em duas árvores no centro da capital brasileira; ao lado, formação de lixo. Ao fundo, via que liga os dois lados da Esplanada, por onde transitam ambos carros e ônibus. Ainda, duas pessoas, uma deficiente, pedindo esmola. Tudo isso a poucos metros do Congresso nacional, dos Ministérios, do STF e da Presidência. Mas, enquanto não vier nenhuma Comissão avaliar a cidade como concorrente para as Olimpíadas, essas pessoas não precisam dar um passeiozinho de ônibus.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Partir
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Humor negro
- Saúde! - outro alguém grita.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Contramão
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Pós-venda
- Quanto que tá o celular?
- Ó, malandro, esse aqui tem TV e mp-10. Tá 700.
- 700? Só dou 400.
- 400? Ahhh, moleque... Mas aí vai ter que ser sem pós-venda.
- Qué que cê quer dizer com pós-venda?
- Que depois que eu vender eu não sou mais teu vendedor.
- Na hora, mermão. Toma.
- Valeu.
- Agora eu não sou mais teu vendedor, né?
- Foi o que cê falou.
- Então agora eu sou teu assaltante, porra! Passa a merda do celular!
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Sósia
- Como cê tá?
- Bem, bem. Olha só, vi um cara igualzinho a tu ontem.
- Foi?
- Tão igual que até confundi.
- Toda vez que alguém chega "vi alguém parecido contigo" e eu vou atrás descubro que é um careca, um cara sem perna... Vai te lascar!
- Não, velho, eu te conheço faz tempo, não ia fazer isso contigo.
- Sei não. Vai, diz aí, como ele era?
- Bem, tinha o cabelo castanho, né, mais ou menos que nem o teu.
- Tinha os dois olhos ao menos?
- Tinha, tinha. Tou dizendo, era a tua cara.
- Quê mais?
- Quando o vi ele tava com uma camiseta vermelha, eu sei que você tem um bocado delas...
- Ele tinha os dentes?
- Ahm, quase todos.
- Tu tá de sacanagem, velho!
- Não, mas eram quase todos, assim, que nem os teus, meio tortos, saca?
- Onde cê viu esse sujeito?
- Tava perto daquela boate, barzinho, sei lá, que tu freqüenta.
- Sei. Fazendo o quê?
- Acho que tava dormindo.
- Como assim, dormindo?
- No chão, ué, dormindo; dormindo.
- Vai te lascar! Cê me confundiu com um mendigo?!
- Mas era igualzinho! Só um pouco mais velho...
- Claro que não!
- Tá, era muito parecido.
- Não.
- Lembrava.
- Lembrava o quê, homem?
- Que nem tu, ele era meio agressivo, quase batia em mim, e também usa tua frase registrada.
- Que frase?
- "Vai te lascar".
- Ah, vai te lascar.
- Tá vendo?
- Como você sabe tanto desse cara?
- Falando com ele.
- E você falou como?
- Ele parecia estar descansando, aí eu cheguei por trás, dei uns bons tapões nas costas dele e falei: "Noitada, hein, Bilolinha?".
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Moedinhas
Um centavo custava 9 centavos? Cinco centavos custavam 12? Tinha algum erro de cálculo sim. E essas moedas circulavam. Trabalhando no comércio, já vi de 1 centavo circulando por aí. Comecei a trabalhar e fui percebendo que as lojas, especialmente o supermercado onde eu trabalhava, sempre fazia anúncios de promoções que terminavam com 99, e às vezes, 95 centavos. Os clientes compravam muita coisa e nem reparavam na nota da feira. Tomavam 5,99 por 6,00. Eu também já acreditei nisso. Os clientes não fazem questão desse 1 centavo; esse dinheiro também não é da loja, não consta no preço. Preferi achar que cada centavo adquirido desse modo era uma bonificação pelo meu trabalho. De fato, fui eleito funcionário do mês desde que comecei a trabalhar aqui. Minha teoria funcionava bem. Os clientes não ligavam se eu fechava a conta com os centavos arrendondados para mais; se eu dizia não ter troco. Só queriam sair dali e entupir as artérias. Eu pensava mais à frente. Nas transações a cartão, para "simplificar", eu também arredondava o cálculo. Um centavo pode não parecer muito; mas 10 centavos já compram um chiclete. A cada 100 transações eu tenho um real. Mil transações, 10 reais. A dedução é lógica: a cada cem mil vendas, mil reais voltavam para mim!
Comecei a juntar meu dinheiro, e passei a perceber o quanto eu deixava de economizar com centavos nas compras que eu fazia. A solução não tardou a vir: andava com moedas de todos os tamanhos nos bolsos, o tilintar suave de cada uma delas me fazia reconhecer o valor e o ano. Tornou-se, de longe, minha marca registrada. E já estava juntando valores que superavam meu salário em muitas vezes.
Promovi essas mudanças significativas na minha vida. Aos poucos, vou juntando. Quando obtiver meu primeiro milhão, vou chamar a imprensa e sair no Jornal Nacional. O Banco Central vai ligar querendo me contratar. Mas isso é o de menos. Meu grande plano começa aqui. Como ficarei nacionalmente conhecido, serei chamado para dar palestras em bancos, demais empresas, encontros, seminários, congressos. Exporei minha idéia inovadora e virarei fenômeno, provavelmente "o Imperador das Moedas", decerto como a mídia sensasionalista haverá de me chamar. Em seguida, escreverei um livro, cujo título já até escolhi: "Lidando Com Um Trilhão De Moedas". Eu vou aparecer na capa sentado num trono de moedas. O livro virará best-seller internacional e rapidamente receberei convites para palestras internacionais.
A essa altura, já terei juntado alguns bons milhões. Eu, então, fundarei uma empresa realmente grande. Todos os produtos que ela oferecer poderão ser adquiridos pela bagatela de um valor dois centavos abaixo de toda a concorrência. R$10,98, R$20,98, R$100,98... Será lucro dobrado. Aí é que eu vou ser rico de fato.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Monoteísmo e sentido da vida
domingo, 29 de março de 2009
Exemplos para entendimento do princípio de ação e reação ideal e de facto
- Reação ideal: Multa.
- Reação de facto: Um décimo da multa na mão do guarda.
Ação II: Vinte e cinco pedaços de pizza.
- Reação ideal: Seis horas de academia.
- Reação de facto: Um litro de coca.
Ação III: Pedestre atravessando a rua.
- Reação ideal: Pára o carro. Faz sinal com a mão.
- Reação de facto: Acelera o carro. Faz sinal com o dedo.
Ação IV: Acidente potencialmente letal envolvendo mais de 10 pessoas.
- Reação ideal: Corre pra ajudar.
- Reação de facto: Corre, puxa o celular do bolso e filma.
Ação V: Político rouba.
- Reação ideal: Vai preso.
- Reação de facto: Nas eleições do ano seguinte é eleito num cargo mais alto.
Ação VI: Esfomeado rouba.
- Reação ideal: Vai preso.
- Reação de facto: Faz pós-graduação latu sensu com seus colegas de quarto.
Ação VII: Windows funciona.
- Reação ideal: Não se sabe. Nunca aconteceu até hoje.
Ação VIII: Passar alimento cremoso numa fatia de pão.
- Reação ideal: O pão cai virado pra baixo.
- Reação de facto: O pão cai virado pra baixo (você o apanha, levanta, vai colocar no lixo, escorrega na sujeira que ficou no chão, cai de costas, bate a cabeça e morre).
Ação IX: Pedir cancelamento de serviço via telefone.
- Reação ideal: O serviço é cancelado depois de três meses de insistência.
- Reação de facto: “Ok, senhor, obrigado por aumentar em 300 reais seu pacote promocional, tenha uma boa tarde.”
Ação X: Alguém escreve um texto idiota e posta num blogue.
- Reação ideal: Comenta.
- Reação de facto: Comenta, senão...
sexta-feira, 27 de março de 2009
Louça
Muito sono. Banheiro, fica apresentável. Cozinha, não sente gosto. Duas ruas até a parada. Ônibus lotado. Espremido entre pessoas que nunca viu durante alguns minutos. Primeira aula, convenientemente no bloco mais distante. Quatro horas tentando lembrar-se da paixão por aquilo que estuda. No almoço, prato feito, com gosto feito e satisfação feita. Logo, nenhuma. Aulas à tarde. Ônibus ainda mais lotado. Casa. Tudo em ordem. Jantar. Livros e cadernos, questões e teoria. Sequer tomar um banho ou trocar de roupa. Meia-noite, tendo a certeza de que falta algo. Banho e sono são opções atraentes.
Não fosse a louça para lavar.
domingo, 22 de março de 2009
Estado de Alerta
Divulga-se na mídia a mais polêmica e aterrorizante notícia: "ocorreu um ataque terrorista ao suprimento de água da cidade de Los Angeles. Todos devem evitar consumir a água fornecida pelos reservatórios locais. O terrorista está solto e todos os procedimentos possíveis estão sendo executados para a sua punição."
A partir daí, o cenário é evidente. Pessoas brigando pelo consumo de água descontaminada, sempre atentas à novas notícias, tentando sobreviver na cidade de Los Angeles. Os personagens não importam muito, apenas os seguintes detalhes chamam a atenção: não surgem doentes, estes apenas são citados estatisticamente; o terrorista, quando pego, sai de uma casa que aparenta ser de classe média e não coopera com a inteligência nacional, alegando não ter relação alguma com tal contexto; as notícias são passadas de uma maneira duvidosa, pois lembra o velho populismo norte-americano; há relações com a guerra no Afeganistão durante quase todo o filme; e ainda alguns outros detalhes.
Levanta-se a pergunta: será que tudo isso é apenas um pretexto para incentivar, mesmo que de uma forma indireta, os americanos a concordarem com a guerra? Afinal, a função da inteligência nacional estadunidense é, também, dar um motivo para os americanos irem à guerra. Então, simulado o ataque aos reservatórios de alguma cidade, o governo precisaria apenas de uma escrivaninha e vários papéis para os inúmeros voluntários à tão relevante causa nacional. De fato, o Tio Sam ainda existe, ele apenas mudou de forma.
O filme, de forma clara, não trata sobre isso. Trata apenas de alguns casos já muito discutidos, como a falta de água e sua repercussão social. Na verdade, essa interpretação talvez tenha sido a única pretendida pela direção, mas não dá pra deixar de imaginar que haja algo por trás disso tudo, pois há muitas evidências. Estado de Alerta talvez não seja uma emergência que precise ser enfrentada, talvez seja um grande botão vermelho na vasta escrivaninha do presidente que, quando pressionada, traga mais voluntários para dedicarem seus livres arbítrios à causa nacional.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Duas pessoas morrem atingidas por raios em Brasília
*DeUs_Do_CeU has logged in
DeUs_Do_CeU: Iai galeara! Hj eu to com tudo!
*DeUs_Do_CeU has cast Thunderstorm.
** Normal Citizen was killed by DeUs_Do_CeU.
** Working Guy was anihilated by DeUs_Do_CeU.
DOUBLE KILL!
DeUs_Do_CeU: lvl up! kkkkk
******
Do céu,
todos sabem,
Raios caem
E guturais que gritam DOUBLE KILL.
quarta-feira, 4 de março de 2009
J' Accuse!
Contar-lhes-ei um caso de anti-semitismo que precede um pouco o nazismo. Ocorre acerca de um oficial militar francês chamado Alfred Dreyfus, promissor em sua carreira, graduado na École Polytechnique e na École Supérieure de Guerre. Tinha acesso aos lucros de uma fábrica de produtos têxteis cujo sucesso crescia bastante, parte de sua família era germânica e esta decidiu nacionalizar-se como francesa após a guerra franco-prussiana. Vivera em Paris a partir dos 12 anos. Mas, apesar de tal vida, Dreyfus tinha algo que chegaria a causar um escândalo político absurdo. Era judeu.
Na França, durante a terceira República Francesa, campanhas políticas embasadas em um nacionalismo francês exacerbado tinham algumas idéias anti-semitas e idealizavam a formação de uma unida França católica. Nesse contexto, em 15 de outubro de 1894, Dreyfus é preso sob a acusação de ter entregue informações aos alemães pela embaixada alemã em Paris. A prova, de acordo com o julgamento, estava na carta achada na cesta de lixo do adido militar alemão da embaixada. Condenado como traidor, Dreyfus é mandado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, localizado na costa da Guiana Francesa.
Eis a verdade. A carta fora escrita por um oficial chamado Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy, que, de fato, estava entregando informações importantes aos alemães sobre a artilharia do exército francês. Sua letra era praticamente ilegível e possuía inúmeros erros de gramática, o que tornava suspeito a condenação de um oficial como Dreyfus que escrevia tão bem. Dada essa e outras evidências, um segundo julgamento foi realizado mas, mesmo assim, Dreyfus continou a ser um presidiário.
Ocorre, a partir de então, o estopim para um escândalo político. Tornado o caso conhecido popularmente através da carta aberta, intitulada J'accuse!, ao Presidente da República Félix Faure , a França foi dividida em aqueles que apoiavam a libertação de Dreyfus (os dreyfusards), incluindo entre estes Émile Zola (personagem importante do Naturalismo na França), o qual expôs o caso ao público; e aqueles que exigiam a continuação de Dreyfus na Ilha do Diabo, formado por uma camada popular aderente ao anti-semitismo e à política de uma nação católica. Algumas ruas tiveram, como paisagem, verdadeiros pogroms.
Em 1906 foi feita uma revisão do caso e Dreyfus finalmente adquire sua liberdade para, em 1907, pedir demissão. Participou ainda na primeira Guerra Mundial e morreu em 1935. Posteriormente, em uma evidência publicada por um historiador militar francês chamado Jean Doise, aceitou-se como possibilidade o fato de que a 'contra inteligência' militar francesa havia utilizado Dreyfus como cobaia para enganar a espionagem alemã. Zola morrera, desde 1902, por razões misteriosas, encontrado asfixiado em seu apartamento. Charles Ferdinand instalara-se, a partir de 1903, na Inglaterra, desfrutando da boa vida enquanto contemplava e imaginava sua participação no processo. Charles fora anti-dreyfusard até o fim.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Filmes pela web afora
Há muito tento juntar coragem para realizar um post com indicações de filmes, links, locais para fuçar, um acervo de .torrent e outras algunas cositas más, porém nem sempre tenho tempo de sair catalogando, organizando e disponibilizando tudo que ando baixando ou que tenho vontade de baixar, e, portanto, vou deixar para breve. Entretanto, gostaria de indicar um endereço que pode servir de consolo aos perdidos na área de download de filmes. Feel the Movies. Aos que tiverem interesse, está disponível também um local para pedidos.
Enjoy!
PS. Fica aqui a promessa para um post com o tema, já que aos neuróticos com pixels fora do lugar, rmvb não agrada muito.
Curto intervalo de felicidade
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Globalização
- Como assim?
- Tem gente fazendo queijo francês no sertão brasileiro.
- Sério?
- Pois é. Já ouvi de um que pra viver tá produzindo mel na Nova Zelândia.
- Não brinca!
- Sei de um japonês que fala alemão, de um suíço que só come chocolate feito no Marrocos. Já vi um coreano que é especialista em vodca e um finlandês que mora no deserto.
- Nossa, é mesmo?
- Pois é.
- Bem, e a família, como vai?
- Ah, com eles vai tudo bem. Enquanto estou aqui, eles tão na Tailândia. Acredita que outro dia tive de dar uma bronca no meu pirralho em cantonês?
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Paradoxo do bom sono
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Dislexia
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Liqüida DF
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Pranteando
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Claustrofobia
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Do saber e sentir
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Deus, hometown: Antwerp
* Deus produced a soundtrack for the 2003 movie Resistance directed by Todd Komarnicki, but it was turned down;
*So far, Deus have released five studio albums;
*Deus performed that day as part of the 0110 Festival for Tolerance;
*In 2007 Deus built their own studio;
e, finalmente e mais importante,
*The final concert of the 2005/2006 Pocket Revolution tour took place on October 1st in Deus's hometown of Antwerp, Belgium.
Já descobrimos onde ele mora. Hora de ir lá. Prestar contas.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Let's talk about PCs
Um indivíduo chamado Gordon Moore publicou um artigo em 1965, que fundamentou o que viria a ser chamada de Lei de Moore. Esta lei diz que a cada 18 meses a potência dos chips dobra, enquanto seu preço permanece inalterado. Em 1968, Moore e um outro indivíduo chamado Bob Noyce criaram uma empresa chamada Intel.
Até hoje a Lei de Moore continua válida. E a precisão que ela atinge é decerto impressionante. É possível comprar-se um Desktop ou Notebook de razoável potência em qualquer loja de eletrodomésticos e/ou eletro-eletrônicos hoje em dia, por um preço relativamente acessível. O intrigante é que se você adquirir um destes produtos em janeiro, e no mesmo mês do ano seguinte for na mesma loja onde comprou o seu computador, verá que eles estarão oferecendo uma máquina com duas ou três vezes mais potência por um preço semelhante.
Quando os computadores pessoais começaram a se popularizar no ambiente familiar(por volta dos anos 90), saindo dos escritórios e empresas, e tornando-se centros de entretenimento graças ao advento da internet, que permitia a troca de mensagens instantânea e o download de vídeos, músicas e jogos (embora tudo isto estivesse apenas começando), as máquinas eram caras e costumavam ser mantidas por anos a fio pelos donos, dado que realizar um up-grade significativo nos recursos destas custava mais que as próprias . Mas, graças a Lei de Moore, a potência dos componentes eletrônicos aumentou exponencialmente, e desde o início do século XXI estamos encarando uma nova situação.
Agora, as máquinas tornam-se obsoletas em no máximo alguns meses. Há 10 anos, era difícil imaginar que um usuário popular poderia adquirir um HD externo para seu pc com 1 Terabyte de capacidade. Sendo realista, a velocidade da troca de informações nas redes há 10 anos tornava o espaço de tal produto excessivo para as necessidades do usuário.
Tudo isso mostra que estamos, agora, após o computador ter se tornado popular no ambiente doméstico, servindo como ferramenta útil de lazer, e não apenas de trabalho, presenciando o início de um processo de banalização tecnológica, onde a evolução pode ultrapassar a necessidade da maioria dos usuários.
Como exemplo prático, basta apenas imaginar que se você possui uma maçã, e dobra sua quantidade, você fica com duas. Mas se você seguir essa regra de dobrar as maçãs, gerando então o chamado aumento exponencial, você teria quatro, oito, dezesseis, trinta e duas, e assim por diante. A questão, em termos de tecnologia, é visualizar quando esse aumento vai se tornar desimportante para o consumidor. Para o usuário comum, o tipo de usuário majoritário na população, que deseja apenas checar e-mails, ver fotos, assistir vídeos e, eventualmente, jogar, o já referido e acessível espaço de 1 Terabyte é muito mais do que o suficiente. Daqui a dez ou vinte anos vamos estar lidando com uma escala de tamanho, em termos de armazenamento, muito maior. E quando esta escala, já imensa, aumentar, ela vai dobrar seu poderio, já seguindo a citada Lei de Moore.
Em suma, se você pensar que o valor das máquinas a princípio era caro demais para o uso doméstico,logo, elas estavam limitadas ao ambiente empresarial, servindo como ferramentas de trabalho, o ponto de equilíbrio foi encontrado quando o preço destas tornou-se acessível e sua potência razoável para o consumidor genérico. Foi aí que o computador tornou-se popular como meio de lazer.
Agora, temos um ponto onde o preço permanece estático, mas a potência continua crescendo, fazendo com que mais uma vez a pesquisa para desenvolver novos recursos nessa área se distancie do usuário comum, e volte ao ambiente empresarial, que necessita destes recursos.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Curta nota do hábito de falar mal
sábado, 31 de janeiro de 2009
Música pelo mundo
Ainda na Rússia, temos Billy's band, um jazz russo relativamente novo, com influência do som local, vocais guturais, cujo único CD que consegui baixar abre com a música "No Title". Mas, não, a maior parte das músicas é cantada em russo mesmo. Vale a pena conhecer.
Na França - me deparo com a dificuldade de encontrar bons rocks franceses -, recomendaria, entretanto, Louise Attaque , que voltou a lançar cds em 2005, com À plus tard Crocodille (um trocadilho com a expressão inglesa "See ya later alligator"), a fazer um folk rock bem inusitado. Noir Désir e Les Ogres de Barback (artigo em francês) também entram na minha lista de recomendações. Nouvelle Vague para quem gosta de cinema (hehe, nevermind) e músicas agradáveis e Yann Tiersen para um avant-garde com boas perfomances de violino. (E Jane Birkin , que é meio inglesa, para músicas lentas e mais... sensuais, no seu cd de 1969 com Serge Gainsbourg).
Fechemos hoje com os Estados Unidos da América. Não que não ouçamos músicas de lá o tempo todo; quero apenas dizer que também há música boa lá. Quem nunca ouviu Morphine? A banda de formação baixo-saxofone-bateria traz sonoridades muito agradáveis; para os que se interessarem, recomendo também buscar Bourbon Princess e Twinemen. Falar de sax me lembra jazz que me lembra David Sanborn, e me faz puxar outros nomes para o estilo: The Manhattan Transfer , grupo que privilegia os coros, Ron Carter, e McCoy Tyner, um pianista que chegou a tocar com John Coltrane - recomendo buscar o cd de 1999, "... and the Latin All-Stars". Há a Hypnotic Brass Ensemble, um grupo de metais de Chicago e Pete Seeger um - pasmem - comunista americano - nada mais justo, na verdade. Ele canta músicas com a temática vermelha, tocando banjo ou violão e ativo (politicamente inclusive) desde 1940. Espero ter sido útil.
(o nome da banda é sugestivo; o álbum da imagem chama-se Orange)
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Alter-ego
Não importa a quantas ande a gramática; vou te chamar pelas mesmas pessoas – retas, nós não funcionamos com oblíquos. Antes de tudo, “você”, terceira pessoa. Singular para mim, de forma a ser tratada diretamente, próxima. Depois é o tu, a quem me dirijo em segunda pessoa – de Eu para Tu, perto assim. E, quando me perguntam, respondo que é Ela. Se discutimos, Nós. Mas, na sacra intimidade, para chamar, a forma mais sincera e absoluta de todas, Eu.
domingo, 25 de janeiro de 2009
Ducação
- Sou, mas meus amigos me chamam de Bartô. Satisfação. Tu que é o... o...
- ... Bruno, sou eu. Beleza?
- Tranqüilo. Você dá aula faz tempo?
- Tem uns anos. Você tá começando agora?
- Tou, tou. Comprei faz pouco tempo.
- Já estudou alguma coisa sobre?
- Não, ainda não.
- Você dá aula na escola da universidade?
- Nunca, não.
- Eu queria fazer lá, mas não tinha professor. Disseram que eu tinha que procurar particular.
- É, rapaz, o mercado tá retraindo, o governo não quer mais investir.
- Essa história de educação privada é um problema...
- ... O governo abandona a área pros empresários cuidarem, investe às vezes no mais comum, e aí vem o setor privado e faz a mesma coisa.
- E aí a gente, que tá fora, fica fora.
- O setor privado devia se manter fora dos assuntos importantes.
- O problema maior é que a educação passou a ser comercial...
- ... Tipo os colégios, que atraem por índice de aprovação, e não por qualidade de ensino. É quando a coisa deixa de prestar.
- Educação devia ser pública.
- É, ninguém devia ter que pagar.
- Mas, ei, e nossas aulas, como vão ser?
- É só dizer o dia. Pra você eu faço 25 a hora-aula em até 5 vezes.