quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Filmes pela web afora

Saudações.

Há muito tento juntar coragem para realizar um post com indicações de filmes, links, locais para fuçar, um acervo de .torrent e outras algunas cositas más, porém nem sempre tenho tempo de sair catalogando, organizando e disponibilizando tudo que ando baixando ou que tenho vontade de baixar, e, portanto, vou deixar para breve. Entretanto, gostaria de indicar um endereço que pode servir de consolo aos perdidos na área de download de filmes. Feel the Movies. Aos que tiverem interesse, está disponível também um local para pedidos.
Enjoy!

PS. Fica aqui a promessa para um post com o tema, já que aos neuróticos com pixels fora do lugar, rmvb não agrada muito.

Curto intervalo de felicidade

Para os bons seguidores de Murphy: hoje de manhã, eu acordei, levantei e fui tomar café. Satisfeito por ser sábado, passava tranqüilamente manteiga na minha cream cracker, e por uma fração de segundo eu a deixo cair, mas retomo no mesmo intante, e penso comigo mesmo, "haha! murphy não me pegou hoje!", mas como toda boa ironia, antes da maldita bolacha chegar a minha boca, eu tenho de levantar e ir ao banheiro para lavar minha perna... Porra! manteiga é difícil de tirar!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Globalização


- Rapaz, o negócio tá feio.

- Como assim?

- Tem gente fazendo queijo francês no sertão brasileiro.

- Sério?

- Pois é. Já ouvi de um que pra viver tá produzindo mel na Nova Zelândia.

- Não brinca!

- Sei de um japonês que fala alemão, de um suíço que só come chocolate feito no Marrocos. Já vi um coreano que é especialista em vodca e um finlandês que mora no deserto.

- Nossa, é mesmo?

- Pois é.

- Bem, e a família, como vai?

- Ah, com eles vai tudo bem. Enquanto estou aqui, eles tão na Tailândia. Acredita que outro dia tive de dar uma bronca no meu pirralho em cantonês?

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Paradoxo do bom sono

Que sono. Há anos que não durmo. Dormir, de repor as energias, renovar-se - preciso conferir se ainda lembro do significado. Alcançando o arquivo de minhas memórias relativas ao fato de dormir, para mim, mais luxo que necessidade ou hábito, lembro-me de que não havia melhor lugar no mundo que um colo aquecido pela paixão movendo o sangue. Não recordo a última vez que sonhei; gostaria de fazê-lo, mas não vejo como. Dadas as minhas condições, estar cercado de ligas gélidas de metal, o melhor que poderia fazer seria procurar um colo desses no sonho. Como, porém, sonhar, se não terei sono? Como ter o sono se não poderei sonhar com o que me levaria a ele? Fico, como ser imortal, na impaciência das Eras a refletir sobre o sono que tenho e o sonho que não terei.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Dislexia

Toda vez que eu ia escrever "mão" eu escrevia "mãe" sem querer, e sempre acabava falando de "mãe esquerda" e "mãe direita". Os médicos me disseram que eu tinha dislexia, e tentaram trabalhar nesse sentido por um tempo. Depois descobriram que eu não estava errado, porque minha mãe era esquizofrênica.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Liqüida DF

- Já viu? Brasília toda tá em promoção.
- É mesmo?
- Ontem mesmo eu comprei dois cargos.
- A quanto tá saindo o deputado?
- Olha, nas lojas eu não sei, mas você pode comprar a granel; lá na rodoviária, um saco sai por 5, e, se pechinchar, dois por 8.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pranteando


Atentei à voz dentro de mim a dizer: “Chora, desgraçado!”. Quis obedecer. Pressionei os olhos com força como para espremer uma lágrima que quisesse sair. Abri-os, e eles me responderam: “daqui a pouco vem”. Cuidei do que faltava: um colo quente, uma voz macia – sempre o que o pranto pede é fugir da solidão. Faltava só esperar.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Claustrofobia


Um dia, como de repente, deu-se conta de que tinha um campo de visão que abrangia 30 graus, assim estipulou. Pensou que, perante os trezentos e sessenta, poderia aumentar em 330º seu campo de visão, o que, ora, parecia, além de lógico, ótimo. Apenas em se questionar isso, notou ligeira diferença. Sorriu, meio sem acreditar. Assistindo o noticiário, duvidou de uma notícia que parecia absurda demais. Na manhã do dia seguinte, lembrou a si que não era preciso seguir o mesmo procedimento rotineiro: tomou café sem açúcar. Por que com açúcar? Não via resposta. Discordou dos procedimentos no trabalho – tudo aquilo poderia ser feito de outro modo. Ouviu um boato na hora do almoço e desacreditou. Quando notou significativo aumento da área ao alcance da vista, assimilou os fatos: era disso que falavam ao dizer “expandir os horizontes”; questionar o pré-estabelecido. E de fato via mais, e melhor – era conveniente trabalhar sem virar o rosto para olhar o relógio na parede um pouco à esquerda. Estava gostando. Chegou em casa, procurou aquele livro de contos enorme e velho, abriu-o e leu algo de Lucas: quem me prova que foi assim mesmo? A leitura proporcionou uma série de dúvidas, que procurou sanar nos livros. Passou a freqüentar bibliotecas, livrarias, sebos. Lia para ver que não era o único a duvidar, e como os outros faziam isso. A felicidade era iminente e os questionamentos, incontáveis. Devorou toda sorte de cultura... para vomitar tudo depois, mastigado e com aquele sabor acre. Aprendeu, ou melhor, quis aprender, mas se deparava cada vez mais com o desconhecido e o incerto. Lia mais, e terminava apreendendo mais interrogações. Haveria quem lhe dissesse ser a pergunta mais importante que a resposta; já tinha visão completa nessa altura, enxergando os 360 graus que desejava, o que está à frente e atrás, embora reconhecesse que frente e trás existissem unicamente com finalidades de facilitar a compreensão. Comparava o que antes via, clara diferenciação entre chão e horizonte, e agora, como se estivesse no centro de uma esfera; podia ver tudo, não era, porém, suficiente. Se visse mais, cria satisfazer às perguntas. Assim mergulhou e foi até onde não pôde. Sua visão transcendeu aos 360º, e passou a questionar a linha que separa seu chão e o horizonte; era tudo muito simples. A linha recuava a cada nova pergunta. Mas era tudo tão óbvio! Que se pode provar? Que se pode dizer? Novas dimensões, mais espaço – menos espaço ao seu redor. Tudo traria uma interrogação em sua semente, bastava achá-la e reduzir a coisa germinada a espaço vazio a ser tragado pelo que julgava ser um desconhecimento esclarecido, que é ser tragado a admitir o não-saber depois de buscar o saber. Assim, quase tudo foi engolido. Refém, numa ilha envolta por nada, da própria pretensão de liberdade; enclausurado pelo horizonte da dúvida expandindo ao infinito, prestes a engolir seu criador. Imprensado nas paredes – por sinal, muito sólidas – da incerteza, cometeu a ironia de perguntar se antigamente realmente via só os trinta graus que calculara.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Do saber e sentir

Não sei bem o que é família. Sangue define parentesco. Um familiar é mais que um ser invocado a fazer companhia. Também não é essa a questão. O que é a família não cabe aqui. Mas não consigo definir a amizade. Dei um abraço ao meu amigo. Olhei-o e disse: “tu és para mim um amigo”. Ele me perguntou o que isto seria. Pensei por segundos e respondi-lhe não saber. Quando estava por ir, dei por mim que não era necessário ter pensado. Corri a alcançá-lo, abracei-o novamente e falei-lhe: “não há como saber o que é um amigo”. Sabendo nós que a verdade e o fato passam por um processo de crença interna que emerge do sentir, completei: “mas sinto que és um, e, portanto, o és. Sê feliz por isso”.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Deus, hometown: Antwerp

Trechos retirados da infalível Wikipedia provam a veia musical divina e sua residência atual:


* Deus produced a soundtrack for the 2003 movie Resistance directed by Todd Komarnicki, but it was turned down;

*So far, Deus have released five studio albums;

*Deus performed that day as part of the 0110 Festival for Tolerance;

*In 2007 Deus built their own studio;

e, finalmente e mais importante,

*The final concert of the 2005/2006 Pocket Revolution tour took place on October 1st in Deus's hometown of Antwerp, Belgium.

Já descobrimos onde ele mora. Hora de ir lá. Prestar contas.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Let's talk about PCs


Um indivíduo chamado Gordon Moore publicou um artigo em 1965, que fundamentou o que viria a ser chamada de Lei de Moore. Esta lei diz que a cada 18 meses a potência dos chips dobra, enquanto seu preço permanece inalterado. Em 1968, Moore e um outro indivíduo chamado Bob Noyce criaram uma empresa chamada Intel.

Até hoje a Lei de Moore continua válida. E a precisão que ela atinge é decerto impressionante. É possível comprar-se um Desktop ou Notebook de razoável potência em qualquer loja de eletrodomésticos e/ou eletro-eletrônicos hoje em dia, por um preço relativamente acessível. O intrigante é que se você adquirir um destes produtos em janeiro, e no mesmo mês do ano seguinte for na mesma loja onde comprou o seu computador, verá que eles estarão oferecendo uma máquina com duas ou três vezes mais potência por um preço semelhante.

Quando os computadores pessoais começaram a se popularizar no ambiente familiar(por volta dos anos 90), saindo dos escritórios e empresas, e tornando-se centros de entretenimento graças ao advento da internet, que permitia a troca de mensagens instantânea e o download de vídeos, músicas e jogos (embora tudo isto estivesse apenas começando), as máquinas eram caras e costumavam ser mantidas por anos a fio pelos donos, dado que realizar um up-grade significativo nos recursos destas custava mais que as próprias . Mas, graças a Lei de Moore, a potência dos componentes eletrônicos aumentou exponencialmente, e desde o início do século XXI estamos encarando uma nova situação.

Agora, as máquinas tornam-se obsoletas em no máximo alguns meses. Há 10 anos, era difícil imaginar que um usuário popular poderia adquirir um HD externo para seu pc com 1 Terabyte de capacidade. Sendo realista, a velocidade da troca de informações nas redes há 10 anos tornava o espaço de tal produto excessivo para as necessidades do usuário.

Tudo isso mostra que estamos, agora, após o computador ter se tornado popular no ambiente doméstico, servindo como ferramenta útil de lazer, e não apenas de trabalho, presenciando o início de um processo de banalização tecnológica, onde a evolução pode ultrapassar a necessidade da maioria dos usuários.

Como exemplo prático, basta apenas imaginar que se você possui uma maçã, e dobra sua quantidade, você fica com duas. Mas se você seguir essa regra de dobrar as maçãs, gerando então o chamado aumento exponencial, você teria quatro, oito, dezesseis, trinta e duas, e assim por diante. A questão, em termos de tecnologia, é visualizar quando esse aumento vai se tornar desimportante para o consumidor. Para o usuário comum, o tipo de usuário majoritário na população, que deseja apenas checar e-mails, ver fotos, assistir vídeos e, eventualmente, jogar, o já referido e acessível espaço de 1 Terabyte é muito mais do que o suficiente. Daqui a dez ou vinte anos vamos estar lidando com uma escala de tamanho, em termos de armazenamento, muito maior. E quando esta escala, já imensa, aumentar, ela vai dobrar seu poderio, já seguindo a citada Lei de Moore.

Em suma, se você pensar que o valor das máquinas a princípio era caro demais para o uso doméstico,logo, elas estavam limitadas ao ambiente empresarial, servindo como ferramentas de trabalho, o ponto de equilíbrio foi encontrado quando o preço destas tornou-se acessível e sua potência razoável para o consumidor genérico. Foi aí que o computador tornou-se popular como meio de lazer.

Agora, temos um ponto onde o preço permanece estático, mas a potência continua crescendo, fazendo com que mais uma vez a pesquisa para desenvolver novos recursos nessa área se distancie do usuário comum, e volte ao ambiente empresarial, que necessita destes recursos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Curta nota do hábito de falar mal

É dito que dois vilarejos num lugar esquecido do mundo rivalizavam; como era de se esperar, um queria superar o outro, competição que sempre se dava em diferentes planos, de modo que um superava o outro em certa área e o contrário ocorria em outra área, gerando um certo equilíbrio. Em dado momento, as famosas - e desconhecidas, por definição - más línguas alimentaram palavras que foram ficando grandes demais. Não foi preciso tanto tempo - nem se poderia mesmo precisar - para que o desafeto tomasse outros rumos, perspassando os medos humanos e tomando banhos de inveja. Faltou quem dissesse "agora é pessoal", mas estava implícito. Acontece que a evolução dos fatos levou a que um vilarejo argumentasse, com todas as pedras, "Aí do lado só tem ladrão". A solução também não tardou a vir. Os "daí do lado" passaram a ir lá e assaltar. Puro espírito esportivo.