sábado, 21 de fevereiro de 2009

Paradoxo do bom sono

Que sono. Há anos que não durmo. Dormir, de repor as energias, renovar-se - preciso conferir se ainda lembro do significado. Alcançando o arquivo de minhas memórias relativas ao fato de dormir, para mim, mais luxo que necessidade ou hábito, lembro-me de que não havia melhor lugar no mundo que um colo aquecido pela paixão movendo o sangue. Não recordo a última vez que sonhei; gostaria de fazê-lo, mas não vejo como. Dadas as minhas condições, estar cercado de ligas gélidas de metal, o melhor que poderia fazer seria procurar um colo desses no sonho. Como, porém, sonhar, se não terei sono? Como ter o sono se não poderei sonhar com o que me levaria a ele? Fico, como ser imortal, na impaciência das Eras a refletir sobre o sono que tenho e o sonho que não terei.

2 comentários:

Kondlike disse...

Sinto o mesmo sofrimento do cara.

T disse...

Nada, um drink novo.