quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Metafracasso

"Gregor, você caiu"

"Por quê?"

"Você sofreu uma fraqueza momentânea e caiu"

"Ué! Então queimo três pontos de sangue e faço um teste de força de vontade"

"Você continua no chão, seus pontos de sangue acabaram, sua besta está em iminência de se manifestar, e sua força de vontade está reduzida a -1"

"Droga" - In off - "O jeito é aceitar a vida (ou não-vida)..."

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Intercâmbio a distância

Algumas das melhores universidades do mundo estão a oferecer cursos grátis através da internet sobre os mais diversos temas. Cadeiras de vários cursos e períodos são gravadas e oferecidas, bem como o material didático é disponibilizado on-line. O aspecto informal dos cursos, a veracidade das informações que contêm, a possibilidade de atender a vários tipos de demanda - são fatores que atraem milhares de visitas diariamente aos sites das universidades.
Eis os endereços dos cinco mais acessados:

Paris Tech (o único em francês da lista; os demais são em inglês)

Stanford OpenCourseWare (Universidade de Stanford)

Berkeley (Universidade da Califórnia)

Mit OpenCourseWare (Instituto de Tecnologia de Massachusetts)

Open Yale Courses (Universidade de Yale)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

As origens satânicas do comunismo

© 2004 MidiaSemMascara.org
Quem inventou o comunismo? Karl Marx e Friedrich Engels? Engano! Esta é uma mentira que todos repetem. Marx e Engels foram apenas os lançadores do comunismo, em 1848, com o famoso manifesto, escrito por Marx, baseado em um rascunho de Engels.
O comunismo nasceu antes disso. Seu verdadeiro criador foi o quase desconhecido Moses Hess, guru tanto de Marx quanto de Engels, que os converteu, separadamente, ao novo credo.
Moses Hess (nome real Moritz Hess, um judeu apóstata, 1812/1875), ficou conhecido como o primeiro dentre os "jovens hegelianos" a admitir ser um comunista. Ele representava em Paris, de 1842 a 1843, o jornal radical Rheinische Zeitung (Gazeta do Reno), quando conheceu Karl Marx e, depois, Friedrich Engels. Depois de doutrinados por Hess, Marx e Engels se conheceram em Paris e, após muitos entendimentos, lançaram o Manifesto Comunista.
Segundo o pastor romeno Richard Wurmbrand, prisioneiro dos comunistas por quatorze anos, autor de vários livros, Moses Hess, antes de proclamar-se comunista, praticava ritos satânicos, particularmente a Missa Negra (vide "Marx & Satan", Living Sacrifice Book Co;1986, ISBN: 0891073795).
Existem várias versões da Missa Negra, entretanto, todas são praticadas por marginais que não se integraram na sociedade ocidental e que a praticam como uma manifestação de sua rejeição aos princípios da civilização ocidental.
Como ateísta, não creio nem em Deus nem no Diabo. Mas o que interessa é o que pensam os praticantes dos ritos satânicos. Eles acreditam em Deus e no diabo, porém, como inimigos dos cristãos adoradores de Deus, veneram Satan e fazem os mais apavorantes rituais para demonstrar sua rejeição aos que chamam “a elite dominante" ou, como Marx preferia chamá-los, os "burgueses".
A Missa Negra é uma paródia obscena da missa católica, objetivando obter poderes mágicos, geralmente com objetivos pérfidos. É o ritual mais impressionante dos ritos satânicos e dramatiza uma radical adoração do mal e uma rejeição absoluta dos valores judaico-cristãos. O que é considerado o "BEM" para a Civilização Ocidental", para eles é considerado o "MAL" e vice-versa. Na Missa Negra fazem tudo ao contrário. O crucifixo é exibido de cabeça para baixo e o símbolo do demônio é o pentagrama, ou seja, a estrela de cinco pontas, em cor vermelha, cor do sangue, símbolo do inferno, morada do demônio . Na missa negra o Padre Nosso é rezado de trás para diante. A imagem adorada, em vez de Jesus, é a do diabo. As roupas rituais são pretas e vermelhas e o avental do "sacerdote" exibe o demônio, sob a forma de um bode, com chifres e sangue escorrendo da boca. Praticam o batismo com água suja e a mesa da missa é substituída por uma mulher nua e a vagina é o tabernáculo, onde se coloca uma hóstia roubada de alguma igreja. Em vez de música sacra toca-se o tipo de barulho chamado "heavy metal" ou semelhante. Desnecessário dizer que drogas são consumidas abundantemente.
Horrendas orgias sexuais são praticadas, freqüentemente com sacrifícios de crianças, simbolizando a eucaristia, quando bebem seu sangue e comem sua carne. "Shemhaforash' é a palavra mágica para encerrar a orgia. Ficou famoso na História um certo Barão Gilles de Rais, marechal francês, que foi julgado e condenado pelo sacrifício de mais de cento e quarenta crianças, em rituais de Missa Negra, no Século XV. No entanto, até hoje, inclusive no Brasil, missas negras são praticadas, mesmo com sacrifícios de crianças, como às vezes são noticiadas pela mídia. Claro que a maioria das missas negras jamais são descobertas.
Pouquíssimas pessoas conhecem a importantíssima influência satânica de Moses Hess sobre Marx e Engels. Segundo o pastor Wurmbrand, ambos, antes de estudarem economia, iniciaram-se nos mistérios do satanismo, por meio de Moses Hess. Depois, se conheceram em Paris e iniciaram uma associação duradoura, que viria a mudar o mundo e fazer do Século XX o mais sangrento e conturbado de toda a História da Humanidade.
Recentemente, o assunto chamou-me a atenção porque o prefeito petista (eufemismo para "comunista") de Belo Horizonte inaugurou uma obra pública e, inacreditavelmente, fez dentro da mesma uma espécie de altar a um demônio conhecido como Javna, guardião do portão dos infernos, que, segundo a lenda, durante uma semana por ano, rouba dos jovens a energia vital para garantir sua imortalidade.
A inauguração deste templo satânico faz muito sentido. Satanismo e comunismo comungam com a mesma idéia, pois ambos rejeitam os valores morais da civilização ocidental. A palavra de ordem, de Lênin é conhecida: "quanto pior, melhor". Uma confissão descarada de satanismo.
Torna-se evidente que Marx e Engels, ambos graduados em satanismo, após longas lucubrações diabólicas, chegaram a uma versão light do culto ao demônio, sob o fraudulento nome de "COMUNISMO", capaz de confundir e atrair milhões de pessoas, inclusive intelectuais de nomeada. Bernard Shaw, Sartre, Saramago, Hobsbawm, Niemeyer, etc., caíram no conto do "comunismo" e se transformaram em sacerdotes do satanismo, dentro da safada política vermelha de cooptar inocentes úteis. No Brasil, comunistas entre a burritzia brasileira, incluindo as universidades, são legiões.
Conforme bem definiu o Pastor Wurmbrand, "O COMUNISMO NÃO PASSA DE UMA FACHADA PARA O SATANISMO", tornada palatável com uma série de baboseiras criadas por Marx, como "luta de classes", "mais valia", "materialismo histórico", "ditadura do proletariado", "justiça social", "estado final de perfeito comunismo" e outra idiotices. Na prática, como autêntico regime satânico, que adora o mal e não o bem, o comunismo representou o regime mais cruel e retrógrado de toda a história da humanidade, responsável pela tortura e morte de quase duzentos milhões de pessoas no século passado, além de retumbante fracasso financeiro e destruição do ambiente em dezenas de nações. O comunismo-satânico foi a maior desgraça que jamais atingiu a humanidade, embora, para enganar os trouxas, só fala em "paz", "justiça social" e outras mentiras.
No Brasil, agora em poder da esquerda, ou seja, dos adoradores do mal, pelo menos desde a fraudulenta constituição de 88 a criminalidade tem crescido exponencialmente, pois não existe "vontade política" para combatê-la, devido à inversão dos valores. Agora os bandidos são heróis satânicos! O MST, por exemplo, uma organização paramilitar, proibida pela constituição, age com a maior desenvoltura, com todo o apoio do governo, inclusive financeiro e o presidente até exibiu na cabeça o boné vermelho do MST, posando para a mídia. O pentagrama, símbolo do satanismo, do PT e do comunismo internacional, encontra-se até entronizado no jardim do Palácio do Planalto. Enquanto isso, o Ministério Público, "defensor da sociedade", que parece também contaminado com a inversão dos valores, enfia a cabeça na areia, como avestruz e finge que não vê a atividade criminosa do MST, incluindo quase duas mil escolas ensinando terrorismo e satanismo, sob o disfarce de marxismo. Seus heróis são os maiores e mais cruéis assassinos da história: Lênin, Stálin, Mao Tsé-tung, Guevara, Fidel Castro.
Como convém aos adoradores de Satan, o governo, sob a proteção do pentagrama satânico vermelho, está até desarmando a população honesta, para facilitar o trabalho dos bandidos. Alguém já teve notícia de algum bandido devolvendo a arma ao governo?
Tenho um conhecido comunista que saltou e dançou de alegria quando desabaram os prédios do World Trade Center, quando morreram quase três mil pessoas (mais do que em Pearl Harbor) e um certo ex-frei, paladino da "Teologia da Libertação" lamentou que não fossem 25 os aviões utilizados nos atos de terrorismo pois, segundo ele, se morressem mais americanos, "melhorariam as condições das favelas do Rio de Janeiro". Estas manifestações demonstram como o comunismo/satanismo é uma patologia mental gravíssima. Comunistas perdem toda a sensibilidade para com o sofrimento alheio, a ponto de Stálin ter declarado que a morte de milhões de pessoas não passa de mera estatística. Todo comunista é um "serial killer" em potencial.
Dois dos maiores assassinos de todos os tempos, Hitler e Stálin, parecem ter perdido toda a sensibilidade para com o sofrimento alheio devido a traumas pessoais. A sobrinha de Hitler, a grande paixão de sua vida, suicidou-se para livrar-se do monstro. Hitler vingou-se na humanidade. A primeira mulher de Stálin também se suicidou, com as mesmas conseqüências.
Sob os auspícios do Ministério da Educação, o satanismo há muito chegou às salas de aula. O ensino dos valores judaico-cristãos foi substituído pelo marxismo, um disfarce do satanismo. Os grandes heróis nacionais, tais como o grande Duque de Caxias, são esquecidos, e bandidos como Lamarca, Marighela, Prestes, Olga Benário, Guevara, Fidel Castro, são exaltados.
Os marginais dos anos sessenta, que tinham por objetivo entregar o Brasil a União Soviética, além de implantar a mais cruel ditadura e dizimar os patriotas, cometeram assaltos, seqüestros, assassinatos, torturas, propaganda maciça enganosa e, em vez de serem submetidos à corte marcial, por traição à Pátria, estão ocupando altos cargos na Nomenklatura petista e recebendo, por seus crimes, recompensas que já se aproximam dos dois bilhões de reais. Alguns chegaram até a ministros... da Justiça!
A inversão de valores desencadeada pelo comunismo satânico saturou de tal forma a sociedade que atingiu até as artes. Tanto na música popular quanto na erudita, com poucas exceções, a chamada música e pintura modernas, em minha opinião, em vez de produzir prazer estético, produzem apenas repugnância e perplexidade ante a decadência dos costumes. Agora, a arte, em vez de cultivar o belo, exalta o horrendo! Parodiando Lênin, diríamos que, agora, quando mais feio, mais lindo!
Após o fragoroso fracasso da União Soviética, em associação com o caquético ditador comunista Fidel Castro, assassino de milhares de patriotas, os comunistas do Brasil e de muitos outros países resolveram ressuscitar na América Latina o "Império do Mal" (a União Soviética), realizando anualmente o Foro de São Paulo. A primeira etapa seria conquistar a presidência do Brasil. Missão cumprida. Em seqüência, o governo, impregnado dos ideais satânicos, além de desarmar a população honesta, quer controlar a mídia, o cinema, os livros didáticos (doutrinação satânica) e breve toda a produção intelectual. Principalmente depois de receber seu luxuoso avião de 150 milhões de reais, Lula continuará a viajar pelo mundo organizando um novo eixo do mal, contra os Estados Unidos, conforme denunciou Constantine Menges, tão prematuramente falecido.
Porém, parece que o mais perigoso covil onde se abriga, no Brasil, os mais peçonhentos representantes do comunismo satânico são as Comunidades Eclesiais de Base, que parecem ser a mola propulsora de TODOS os movimentos comunistas do Brasil, desde o PT e a CUT até as invasões dos bandidos disfarçados em "sem-terra".
Aliás, a Igreja Católica, no Brasil, em quase sua totalidade, parece ter-se bandeado para as hostes do mal, o que não seria de estranhar, pois todos eles já foram excomungados automaticamente, segundo proclamação, de 1949, do papa Pio XII, aplicável a todos aqueles que, DE QUALQUER MANEIRA, ajudarem movimentos comunistas. Breve encontrão o demo, cara a cara, de acordo com suas crenças. Não é à toa que tantos católicos estão se bandeando, cada vez mais, para denominações protestantes e evangélicas. Já que o Brasil está perdido, querem, ao menos, salvar a alma...
http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=2704&language=pt

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sobre Davi de Golias

A parábola bíblica fala sobre um pequenino que enfrenta um gigante - e vence. Raro caso em que isso se sucede. A humanidade, entretanto, tem bons exemplos. Um deles, bem próximo. A criança, entretanto, um verdadeiro titã. Mas até a mais poderosa das criaturas mitológicas sucumbe perante o tempo.

Fidel Castro Ruz renunciou à liderança cubana após 49 anos. A manchete diz: "ditador renuncia em Cuba". Não, não se trata disso. Fidel Castro foi muito mais que um ditador, se é que podemos acusar alguém de ditador nos dias de hoje. Fidel foi, ou é, o espírito de Cuba, a representação do cubano.

Em 1959, Fidel assume o poder de uma nação quebrada. Cuba não possuía moral, dinheiro ou mesmo alimentos. Só carros, casas e hotéis luxosos americanos, trazidos vez ou outra, durante as férias de algum americano rico. Assim como prostitutas. 20.000 - só em Havana. Essa não é Cuba hoje. Cuba era dos cubanos. Restava a Fidel reconquistar aquilo que estava além da terra.

Em 1961, com a vitória esmagadora contra a invasão supostamente comandanda por J. F. Kennedy, o então presidente norte-americano, Fidel reconquistou honra e moral cubanos, honra de um povo que não tivera forças, até então, para reerguer-se e se impor. Fidel foi esta força. "Quando um povo enérgico e viril chora, a injustiça treme!", disse. No ano seguinte, a ameaça da guerra nuclear, o apoio dado pela URSS à pequena ilha, a base nuclear a 150 km da costa americana, a ameaça de Kennedy... Cuba sobreviveu. Sobreviveu - e vive bem até hoje -, inclusive, ao embargo continental que os EUA impuseram à então pequena e frágil economia.

Nos anos seguinte do governo, Fidel tratou de resolver as questões sociais. Não contava com o apoio do país que lhe usara durante tantos anos, nem com os colegas latino-americanos - todos vítimas de governos miltares, e, até certo ponto, nem mais com a URSS. Já hoje, Cuba ocupa posições surpreendentes nos ranking mundiais. É dos melhores países do mundo em farmacologia, música, esportes... Basta ouvir Buena Vista Social Club ou assistir às Olimpíadas - e comparar com o espaço geográfico. Sem falar na medicina preventiva - é a melhor do mundo! Basta dizer que Fidel agüentou 49 anos no poder, 10 presidentes americanos e 649 atentados - só os atribuídos à CIA, e ainda consegue abrir os olhos!

"Ler é uma armadura contra todo tipo de manipulação". Calcado na própria frase, Fidel investiu na educação do país. O quase total índice de analfabetismo cubano antes da revolução caiu para um número quase nulo. Todos têm direito, sem discriminação, de cursar ensino básico, médio e superior - é um país com excelente índice de graduados, além de estudar música e/ou praticar esportes.

Diz-se que Fidel é um ditador, um sangüinário. E quantos não foram mortos no Iraque ou no Vietnã? E os brasileiros não são tão diferentes se pensarmos na interferência no Haiti... Fidel fez o que foi preciso. E ditador, não é. Foi primeiro-ministro por 18 anos - o poder estava concentrado. Depois disso, passou a dividi-lo com o partido comunista e com organizações populares. "Qual governo se atreveria a deixar que a população mantivesse armas em suas casas e em locais prontos para serem usadas, especialmente em caso de invasão dos Estados Unidos, se o povo não estivesse representado?", disse o integrante da coordenação nacional do MST, João Pedro Stédile.

O cubano vive com o que lhe é necessário: hipoteticamente, um sabonete por semana, um par de sapatos por ano, três refeições por dia. Pode parecer pouco, mas não há cubano a quem lhe falte qualquer item básico à sobrevivênvia. Que cidadão que vive nestas condições, entretanto, não gostaria de ir para um mundo onde ele pudesse ter mansões luxosas, dois carros, jantar banquetes e usar relógios Rolex de diamante? É assim que um cubano pode se sentir em relação à maciça propaganda de todo o mundo que entra na ilha. E é avisado: "não despreze o seio que lhe alimenta, filho ingrato". Se insiste e sai, o sonhador encontra outra a realidade: a da fome e a miséria, a realidade que a propaganda capitalista não mostra. Tenta voltar, mas geralmente não é acolhido. É, agora, uma célula mutante. Se retornar ao sistema, pode gerar um câncer. A susceptibilidade humana àquilo que lhe parece melhor e mais fácil é enorme.

Outro dos clichês anti-castrismo diz: "ele tirou a liberdade". Pobre daquele que assim pensa. Critica um sistema sem reconhecer as falhas do próprio em que vive. Não percebe, assim, que o sistema capitalista possui mãos muito mais sagazes: enquanto o socialismo-real-castrista admite diminuições nas liberdades sociais, o capitalismo contemporâneo não só, com o perdão do trocadilho, castra algumas liberdades sociais como, e principalmente, cassa a liberdade indivual do ser. Não seja, tenha.

Repito, porém, que Fidel renunciou. Graças a isso - e esta é a parte ruim, a grande conquista - a revolução - está sob ameaça. Os EUA, mais uma vez, mostraram as garras. George W. Bush disse esperar que o anúncio da renúncia de Fidel Castro signifique o início de uma "transição democrática" em Cuba."Esse deve ser um período de transição, o começo de uma transição democrática para o povo de Cuba", afirmou Bush. Ele afirmou ainda que "os Estados Unidos vão ajudar o povo de Cuba a conseguir sua liberdade".

Desta vez, até a UE manisfestou-se. "Reiteramos nosso desejo de nos comprometermos com Cuba sobre um diálogo construtivo", disse um porta-voz do Comissário de Desenvolvimento da UE, Louis Michel. O que ele fez não foi em vão; os cubanos viveram uma realidade que parecia impossível, ainda mais depois de alguns erros vistos no governo stalinista.

Fidel anunciou, em sua carta de renúncia, que escreverá para o povo cubano, será, então, um soldado das idéias. A época dele de Davi passou. Cuba está órfã, e é o próprio Davi agora - que, infelizmente, terá que lutar contra um Golias extremamente maior e mais organizado, enquanto Fidel é só um espectro que assiste à cena com um olhar clínico, mas cansado e impotente. "Esta humanidade tem ânsias de justiça", disse. E que se faça justiça aos cubanos: deixem-nos serem como quiserem, embora a seguinte frase, também dele, caiba à situação: "quem tentar se apoderar de Cuba recolherá o pó de sua terra encharcado de sangue, se não perecer na contenda."

Raúl Castro, irmão de Fidel, concorrerá às eleições. O resultado é incerto; Fidel não permitia a influência norte-americana ou européia no resultado, mas não se sabe se isso será possível dessa vez. Todavia, Cuba hoje tem aliados na América do Sul. O futuro de Cuba é mais que nebuloso.

Fidel Castro é hoje o próprio Quincas Berro D'Água. O afastamento da linha de frente foi sua primeira morte. Agora só se sabe que a última será a morte física. Morre - ou não, fica mais imortal que nunca - a única lenda viva do século XX. E que seja absolvido pela história!

Para o interessado, leia a carta de renúncia.

PS: para quem achou o texto longo, recomendo assistir a algum discurso de quatro horas.

Carta de renúncia de Fidel Castro

Queridos compatriotas:

Lhes prometi na última sexta-feira, 15 de fevereiro, que na próxima reflexão abordaria um tema de interesse para muitos compatriotas. A mesma adquire desta vez forma de mensagem.

Chegou o momento de postular e eleger o Conselho de Estado, seu presidente, vice-presidentes e secretário.

Desempenhei o honroso cargo de presidente ao longo de muitos anos. Em 15 de fevereiro de 1976, foi aprovada a Constituição Socialista pelo voto livre, direto e secreto de mais de 95% dos cidadãos com direito a votar. A primeira Assembléia Nacional foi constituída em 2 de dezembro desse ano e elegeu o Conselho de Estado e sua presidência. Antes, eu havia exercido o cargo de primeiro-ministro durante quase 18 anos. Sempre dispus das prerrogativas necessárias para levar adiante a obra revolucionária com o apoio da imensa maioria do povo.

Conhecendo meu estado crítico de saúde, muitos no exterior pensavam que a renúncia provisória ao cargo de presidente do Conselho de Estado em 31 de julho de 2006, que deixei nas mãos do primeiro vice-presidente, Raúl Castro Ruz, era definitiva. O próprio Raúl, que adicionalmente ocupa o cargo de ministro das Forças Armadas por méritos pessoais, e os demais companheiros da direção do Partido e do Estado, foram relutantes ao considerar-me afastado de meus cargos apesar de meu estado precário de saúde.

Era incômoda minha posição frente a um adversário que fez todo o imaginável para se desfazer de mim, e em nada me agradava satisfazê-lo.

Mais adiante pude alcançar de novo o domínio total de minha mente, a possibilidade de ler e meditar muito, obrigado pelo repouso. Me acompanhavam as forças físicas suficientes para escrever durante longas horas, as quais compartilhava com a reabilitação e os programas pertinentes de recuperação. Um sentido elementar comum me indicava que essa atividade estava a meu alcance. Por outro lado me preocupou sempre, ao falar de minha saúde, evitar ilusões no caso de um desenlace adverso, trariam notícias traumáticas a nosso povo no meio da batalha. Prepará-lo para minha ausência, psicológica e politicamente, era minha primeira obrigação depois de tantos anos de luta. Nunca deixei de sinalizar de que se tratava de uma recuperação "não livre de riscos".

Meu desejo sempre foi cumprir o dever até o último alento. É o que posso oferecer.

A meus queridos compatriotas, que me deram a imensa honra de ser eleito em dias recentes como membro do Parlamento, em cujo âmago se devem adotar acordos importantes para o destino de nossa Revolução, lhes comunico que não aspirarei nem aceitarei --repito-- não aspirarei nem aceitarei o cargo de presidente do Conselho de Estado e comandante em chefe.

Em breves cartas dirigidas a Randy Alonso, diretor do programa Mesa Redonda da Televisão Nacional, que foram divulgadas por um pedido meu, se incluíam discretamente elementos desta mensagem que hoje escrevo, e nem sequer o destinatário das missivas conhecia meu propósito. Tinha confiança em Randy porque o conheci bem quando era estudante universitário de jornalismo, e me reunia quase todas as semanas com os representantes principais dos estudantes universitários, no que já era conhecido como o interior do país, na biblioteca da ampla casa de Kohly, onde se abrigavam. Hoje, todo o país é uma imensa Universidade.

Parágrafos selecionados da carta enviada a Randy em 17 de dezembro de 2007:

'Minha mais profunda convicção é de que as respostas aos problemas atuais da sociedade cubana --que possui uma média educacional próxima a 12 graus, quase um milhão de graduados universitários e a possibilidade real de estudo para seus cidadãos sem discriminação alguma-- requerem mais variantes de resposta para cada problema concreto que as presentes em um tabuleiro de xadrez. Nem um só detalhe se pode ignorar, e não se trata de um caminho fácil, se é que a inteligência do ser humano em uma sociedade revolucionária há de prevalecer sobre seus instintos.

'Meu dever elementar não é aferrar-me a cargos, nem muito menos obstruir o passo a pessoas mais jovens, senão aportar experiências e idéias cujo modesto valor provem da época excepcional em que vivo.

'Penso como Niemeyer que se deve ser conseqüente até o final.'

Carta de 8 de janeiro de 2008:

"...Sou decidido partidário do voto unido (um princípio que preserva o mérito ignorado). Foi o que nos permitiu evitar as tendências a copiar o que vinha dos países do antigo campo socialista, entre elas o retrato de um candidato único, tão solitário como solidário a Cuba. Respeito muito aquela primeira tentativa de construir o socialismo, graças à qual pudemos continuar o caminho escolhido."

"Tinha muito presente que toda a glória do mundo cabe em um grão de milho", reiterava naquela carta.

Trairia portanto minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total, que não estou em condições físicas de oferecer. Eu o explico sem dramatismo.

Felizmente nosso processo conta com quadros da velha guarda, junto a outros que eram muito jovens quando se iniciou a primeira etapa da Revolução. Alguns quase crianças se incorporaram aos combatentes das montanhas e depois, com seu heroísmo e suas missões internacionalistas, encheram de glória ao país. Contam com a autoridade e a experiência para garantir a substituição. Dispõe igualmente nosso processo da geração intermediária que aprendeu junto a nós os elementos da complexa e quase inacessível arte de organizar e dirigir uma revolução.

O caminho sempre será difícil e requererá o esforço inteligente de todos. Desconfio das sendas aparentemente fáceis da apologética, ou da auto-flagelação antítese. Preparar-se sempre para a pior das variantes. Ser tão prudentes no êxito como firmes na adversidade é um princípio que não se pode esquecer. O adversário a derrotar é notavelmente forte, mas o temos mantido a distância durante meio século.

Não me despeço de vocês. Desejo somente combater como um soldado das idéias. Seguirei escrevendo sob o título "Reflexões do companheiro Fidel". Será mais uma arma do arsenal com a qual se poderá contar. Talvez minha voz se escute. Serei cuidadoso.

Obrigado.

Fidel Castro Ruz,

18 de fevereiro de 2008,

17h30

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Falando em leitura...

Falando em Leitura, podemos ter em mente alguém lendo jornal, revista, folheto, mas o mais comum é pensarmos em leitura de livros. E quando se diz que uma pessoa gosta de ler, “vive lendo”, talvez seja rato de biblioteca ou consumidor de romance, histórias em quadrinhos, fotonovelas. Se “passa em cima de livros”, via de regra estuda muito. Sem dúvida, o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita, e o leitor visto como decodificador da letra. Bastará, porém decifrar palavras para acontecer a leitura? Como explicaríamos as expressões de uso corrente “fazer a leitura” de um gesto, de uma situação; “ler o olhar de alguém”, “ler o tempo”, “ler o espaço”, indicando que o ato de ler vai além da escrita?
Se alguém na rua me dá um encontro, minha reação pode ser de mero desagrado, diante de uma batida causal, ou de franca defesa, diante de um empurrão proposital. Minha resposta a esse incidente revela meu modo de lê-lo. Outra coisa: às vezes passamos anos vendo objetos comuns, um vaso, um cinzeiro, sem jamais tê-lo de fato enxergado; limitamo-los à sua função decorativa ou utilitária. Um dia, por motivos os mais diversos, encontramo-nos diante de um deles como se fosse algo totalmente novo. O formato, a cor, a figura que representa, seu conteúdo passam a ter sentido, melhor, a fazer sentido para nós.
Só então se estabeleceu uma ligação efetiva entre nós e esse objeto. E consideramos sua beleza ou feiúra, o ridículo ou adequação, ao ambiente em que se encontra. O material e as partes que o compõem. Podemos mesmo pensar a sua história, as circunstâncias de sua criação, as intenções do autor ou fabricantes ao fazê-lo, o trabalho de sua realização, as pessoas que o manipularam no decorrer de sua produção e, depois de pronto aquelas ligadas a ele e as que o ignoram ou a quem desagrada. Perguntamo-nos por que não tínhamos enxergado isso antes, às vezes essa questão nos ocorre por um segundo, noutras ela é douradora, mas dificilmente voltamos a olhá-lo da mesma maneira, não importa com que intensidade.
O que acontece? Até aquele momento o objeto era apenas algo mais na parafernália de coisas ao nosso redor, com as quais temos familiaridade sem dar atenção, porque não dizem nada em particular, ou das quais temos uma visão preconcebida. De repente se descobre um sentido, não o sentido, mas apenas uma maneira de ser desse objeto que nos provocou determinada reação, um modo especial de vê-lo, enxergá-lo, percebê-lo enfim. Podemos dizer que afinal lemos o vaso ou o cinzeiro, tudo ocorreu talvez de modo casual, sem intenção consciente, mas porque houve uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias.
Isso pode acontecer também com relação a pessoas com quem convivemos, ambientes e situações cotidianas, causando um impacto, uma surpresa, até uma revelação. Nada de sobrenatural. Apenas nossos sentidos, nossa psique, nossa razão responderam a algo para o que já estavam potencialmente aptos e só então se tornaram disponíveis. Será assim também que acontece com a leitura de um texto escrito?
Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, “passar os olhos”, como se diz. Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar os sinais. Sobretudo se esses sinais não se ligam de imediato a uma experiência, uma fantasia, uma necessidade nossa. Reagimos assim ao que não nos interessa no momento. Um discurso político, uma conversa, uma linguagem estrangeira, uma aula expositiva, um quadro, uma peça musical, um livro. Sentimo-nos isolados do processo de comunicação que essas mensagens instauram – desligados. E a tendência natural é ignorá-las ou rejeitá-las como nada tendo a ver com a gente. Se o texto é visual, ficamos cegos a ele, ainda que nossos olhos continuem a fixar os sinais gráficos, as imagens. Se é sonoro, surdos. Quer dizer: não o lemos, não o compreendemos, impossível dar-lhe sentido porque ele diz muito pouco ou nada para nós.
Por essas razões, ao começarmos, a pensar a questão da leitura, fica um mote que agradeço a Paulo Freire: “a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquela”.




MARTINS, Maria Helena. (1986). O que é Leitura. 7ª ed. São Paulo: Brasiliense. p.7-10

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Lógica de sessão da tarde

"Nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma".
Até que aulas de física são úteis de vez em quando. Pois eu provo que Lavoisier tava certo: Não é bem verdade que quando estou assistindo aulas de física minha paciência vai se enfraquecendo à medida que a fome aumenta? Mais fome, menos paciência, mais menos mais menos, sendo que são simétricos e a soma se anula, logo, um igual ao seu inverso. Como numa equação x - y = 0. Se x aumenta, y deve diminuir para permanecer a nulidade. Logo, se minha fome tende a um valor máximo, tenho que minha paciência vai tendendo a zero. Assim como, se paciência aumenta demais, sono aumenta, e fazendo a composição, fome composta com paciência -> sono, partindo-se da hipótese que "barriga cheia dá sono", está provado meu teorema.
Pensando bem, até que aulas de matemática e física estão me servindo. Agora, esses exercícios não estão contribuindo pra minha fome, por isso vou comer alguma coisa, senão a paciência zera e sobra pro computador que pode ser transformado em saco de pancada.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Capitalismo

- Dotô, quero ir no banheiro.
- Espere. Não estou com vontade ainda.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ouro de Tolo


Tudo que tu tocas se faz pó
Se pó feito, vai varrendo o vento
E a vida.
Teu toque tempestuoso, Midas
Desintegra sem discernimento
Faz-te só.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A conspiração

Dia 13.

Estamos com sérios problemas, há dias eles nos espiam... Sempre com aquelas cabeças atentas, sempre prontos para transmitir informações para o restante dos companheiros.
Ficam parados por horas, exercendo a presença réptil. Olhos fixos, observadores.
Sinto-me ameaçado mais e mais. Aos poucos, meus companheiros vão se dissipando, ao ponto que entramos aos cem, e somos menos de vinte hoje.
Cada amanhecer é uma tortura, levantar toda a carga, pesos desequilibrados, e ao conseguir orientar-me, já estou sendo observado.

Dia 31.

Somos apenas seis. Dois feridos, um gravemente. Estamos perdendo a batalha. Eles são muito rápidos, entretanto muito frios. O ambiente os ajuda e nos atrapalha ao mesmo tempo. Temo por nosso fim. Escuto barulhos... pequenas luzes em pares permanecem por horas e horas. Não temos idéia de como derrotá-los.

Dia 40.

Só resta a mim. Breve me livrarei dessa tortura. Meu corpo, não sei ao certo se posso mais chamá-lo disso, está definhando. Sinto que estarei livre do físico, falta-me confirmar se essa era mesmo a vida que queria.
Cada movimento é uma agonia.

Dia 48.

Sinto-me estranho. Não sinto mais o físico cansado e retardante. Algumas habilidades de investigação ainda permaneceram. Certamente, aquele que me trouxe até aqui está bastante debilitado.
Frio... muito frio, mas saboroso frio. Sinto a doçura em meus vasos. A agilidade palpita em meus músculos. Sede... sim, muita sede. Não sei ao certo que tipo de bebida, mas sei como observar.

Dia indeterminado.

O tempo já não é problema, nem tão pouco ajuda. Disponho da eternidade. Aquele monte de carne que corria sem um único objetivo já não existe. Sessenta e três anos de pura existência social hipócrita. Humanos, insetos patifes, demasiado humanos. Acham que conhecem alguma coisa sobre a vida. Tão necessitados e tão fracos, cheios de medos e necessidades a suprir. Ao menos, têm uma utilidade, me fornecem minha bebida.
Ah! Outras vítimas, meus instintos gritam! Argh!! Sim... estão sendo observados, seus patifes... E estarão pelo resto de suas vidas mesquinhas. Venham... deixem-me observá-los, não temam...
Vocês serão meu passatempo enquanto procuro o canino que certamente está matando quem me abraçou.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Crab

- Cara, eu tenho um problema.

- Diz.

- Como assim "diz"? Só isso? Eu digo que tenho um problema sério e você só fala "diz"?
- Você não disse que era sério.

- Pois tou dizendo agora.

- Ok. Então fale.

- Eu não sei comer caranguejo.

- Sim, tá. E qual é o problema?

- Quer problema maior que esse?

- Não saber comer caranguejo?

- É claro!
- Isso é um problema?

- Você não vê? Lógico que é!

- Hm...

- Meio dia, praia, aquele solzão, todo mundo olhando e você sem acertar comer aquele bicho.

- É... Olhando por esse aspecto...

- Claro que sim! Imagina só: você tá lá, no meio daquela animação, passa uma gostosa e fica olhando, esperando você utilizar sua virilidade e usar a patinha para suavemente sugar a carne. Que mulher não se excitaria com isso?
- Tens razão!

- Você precisa me ajudar, cara!

- Tudo bem, tudo bem. Vamos lá, do começo: o que você faz?

- Peço o prato, né?
- Bem, bem, claro, sim, sim... Mas suponha que o prato já esteja lá. O que você faz?

- Eu... é... pego o garfo?



- Tá. Mas como eu faço para quebrar a pata?

- Fácil: use o todo-poderoso martelinho de Thor.

- Certo.

- É, é. Mas não precisa usar a força de Thor nem erguer os braços acima da altura da cabeça, por favor.



- Seu treinamento está concluído.

- Agora eu posso comer caranguejo E ter a mulher que quiser, não é?

- Claro.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Vitória do conhecimento sobre o mal radical

Para aquele que quiser tornar-se sábio, é de grande proveito ter tido durante certo tempo a concepção do homem fundamentalmente mau e corrupto: é falsa a concepção oposta, mas, durante épocas inteiras, foi ela que dominou e suas raízes se ramificaram até dentro de nós e de nosso mundo. Para nos compreeendermos, temos de compreendê-la; mas para depois subir mais alto, temos de superá-la. Reconhecemos então que não há pecados no sentido metafísico; mas que, no mesmo sentido, tampoucou há virtudes; que todo esse domínbio de idéias morais está oscilando constantemente, que há conceitos mais elevados e mais baixos do bom e do mau, do moral e do imoral. Aquele que não requer das coisas mais do que conhecê-las chega facilmente a viver em paz com sua alma e é quando muito por ingnorância, mas dificilmente por concupiscência que vai errar (ou pecar, como diz o mundo). Não vai querer mais excomungar e extirpar os apetites; mas o objetivo único que o domina inteiramente, de conhecer a todo momento tão bem quanto possível, vai lhe dar sangue-frio e vai apaziguar tudo o que há de selvagem em sua natureza. Além disso, desembaraçou-se de uma multidão de idéias torturantes, já não se impressiona mais com as palavras sobre as penas do inferno, sobre o estado de pecado, sobre a incapacidade para o bem: apenas reconhece nisso as sombras evanescentes de concepções de mundo e de vida, que são falsas.

(Nietzsche, F., Humano, Demasiado Humano, Ed. Escala)