sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Benkyo Suru*



No Japão existem três alfabetos. São chamados de Hiragana, Katakana e Kanji.

O Hiragana e o Katakana são alfabetos auxiliares. O primeiro é usado para se escrever de forma fácil em japonês, enquanto o segundo serve para palavras estrangeiras e onomatopéias. A construção deles é ,em sua maioria, silábica(os símbolos representam sílabas) e cada sinal possui apenas o som da sílaba correspondente. Juntos, eles possuem algo em torno de noventa símbolos.

Já o Kanji, proveniente da China, é um alfabeto simbólico. Então os ideogramas possuem uma tendência a serem muito mais complexos. Existe mais de um modo de leitura, e dependendo do contexto, e de outros tantos fatores, palavras escritas de modo diferente podem ter sons iguais, ou o inverso, já que a maioria dos símbolos possui mais de um fonema associado.

O Kanji possui cerca de cinco mil símbolos.

O alfabeto usado no Brasil é constituído de vinte e seis letras.

Pense numa sala de alfabetização. Lá estão a professora e os alunos. Aqui no Brasil, eles reclamam que é difícil escrever e decorar o que significa cada letra. No Japão também fazem isso, só que o número de ideogramas a decorar (considerando apenas o Hiragana e o Katakana) é quatro vezes maior. Fora que a representação gráfica que a nossa.

Vamos um pouco adiante, para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio no sistema [educacional] brasileiro. E visível que nossos governantes acharam uma boa idéia que mesmo tirando notas longe da meta necessária para a aprovação, os alunos, praticamente analfabetos, devem seguir para a próxima série. No Japão, o ingresso em cada etapa de ensino é feito por meio de uma prova. É como se eles fizessem o nosso vestibular, mas alguns anos antes. As melhores escolas pegam apenas as melhores notas, e não tem acordo. Em cada prova é exigido o conhecimento sobre um certo número de Kanjis, e se você não souber, está fora.

É importante frisar que lá, desde 1947, são obrigatórios a Educação Infantil e o Ensino Fundamental.

O ingresso no Ensino Superior de lá é um dos mais competitivos do mundo. Até seu tipo sangüíneo conta nessa hora. E, mesmo com todo este rigor, em 2005 75,9% dos formandos cursaram universidade ou um curso de valor similar. No Brasil, em vários cursos sobram vagas, outros são lotados. E com tudo isso, cria-se um sistema de cotas para que os já citados analfabetos criados pelo nosso sistema de ensino público ingressem em um curso superior.

Além disto, um último dado. Chineses, Japoneses e Coreanos possuem, segundo pesquisas, a média de Quociente de Inteligência(Q.I.), mais alta da humanidade: 105.O Brasil possui o mediano valor de 87.

Será que alguém consegue ver onde está a diferença? Não é na genética, não é no alfabeto, e nem sequer nas escolas em si.

É algo mais fundamental: "Laissez faire, laissez passer"**


* "Estudar", em japonês.

** "Deixai fazer, deixai passar.", em francês.

Um comentário:

bi0hazard disse...

"E, mesmo com todo este rigor, em 2005 75,9% dos formandos cursaram universidade ou um curso de valor similar."

É incrível que aqui no Brasil, mesmo com cotas, vagas pra dar e vender, universidades particulares, ainda existem turmas de concluintes sem uma aprovação de 75,9% dos alunos.